Inteligência Emocional, exprimir emoções

Inteligência emocional, capacidade de perceber e exprimir emoções

Em Psicologia clinica por Cátia Santos

Conciliar as emoções e a razão é algo que todos nós aprendemos desde pequenos. Num mundo cada vez mais competitivo, torna-se imperativo usar as emoções para facilitar a razão e raciocinar inteligentemente de modo a podermos alcançar o sucesso.

Embora não haja evidências cientificas perentórias, alguns estudos apontam para uma tendência: profissionais emocionalmente inteligentes têm mais sucesso e chegam mais longe na sua carreira.

O que é a Inteligência Emocional

Inteligência emocional é a capacidade de percebermos e exprimirmos a nossa emoção e as dos outros, bem como a capacidade de lidar com ela.

Tanto a inteligência como a emoção são funções que auxiliam o organismo a adaptar-se ao meio. A emoção tem uma importante influência na cognição (processos mentais usados no pensamento e perceção), bem como no conteúdo e nos processos de pensamento.

A inteligência emocional traduz-se na capacidade que temos em nos relacionarmos de forma assertiva e positiva com os outros, de termos pensamento positivo, mesmo nas adversidades, e persistência na concretização dos nossos objetivos. A inteligência emocional caracteriza a maneira como as pessoas lidam com as suas emoções e com as emoções das outras pessoas, e isto implica a autoconsciência, motivação, empatia, cooperação, negociação e liderança.

A vida em família é a nossa primeira escola de aprendizagem emocional, pelo que o modo como os pais tratam os filhos tem consequências profundas e duradouras para a vida emocional da criança. O mais importante é dar aos filhos as aptidões básicas para um autoconhecimento, ajudá-los a conhecer as próprias emoções, a lidar com as emoções, a motivar-se, a reconhecer as emoções nos outros (empatia) e a lidar com os relacionamentos.

Jovens alegres e com empatia
Jovens alegres e com empatia

Emoções e Inteligência

As emoções são fenómenos psicofisiológicos que organizam o comportamento em formas eficientes de adaptação às exigências do ambiente. As emoções interferem em vários aspetos do funcionamento mental: atenção, aprendizagem, lembranças, bem como nos julgamentos e decisões que tomamos.

Assim, a inteligência emocional é o que nos permite fazer intencionalmente com que as emoções trabalhem a nosso favor, usando-as como um apoio do comportamento e do raciocínio, de forma a aperfeiçoar os resultados. Cada emoção prepara o corpo para um tipo de resposta muito diferente, por exemplo, o medo, o bem-estar, o amor, a tristeza.

Os principais domínios da inteligência emocional são:

  • Autoconsciência Emocional (conhecer as nossas próprias emoções);
  • Gestão das emoções (capacidade que nasce da autoconsciência);
  • Controlo das emoções (Auto motivação);
  • Empatia (reconhecer as emoções);
  • Gestão dos relacionamentos (habilidade em gerir o relacionamento com os outros).

Todas as pessoas podem desenvolver a sua própria inteligência emocional, tendo para isso de aprender e treinar as aptidões e competências que a compõem:

  • Competências pessoais (auto-confiança, capacidade de adaptação, otimismo, iniciativa, etc.);
  • Competências Sociais (empatia, comunicação, relacionamento interpessoal, espírito de equipa, capacidade de liderar mudanças, gestão conflitos, etc.).

Desta forma, na medida em que influenciam a nossa capacidade de pensar e planear, as nossas emoções definem de certa forma os limites da nossa capacidade para utilizar as nossas aptidões mentais inatas. Se formos capazes de monitorizar e regular os sentimentos próprios e os dos outros, poderemos utilizar os sentimentos para guiar o pensamento e a ação no cumprimento de um objetivo.

Assim, as competências emocionais vêm ajudar a orientar o comportamento e o raciocínio de maneira a obter melhores resultados, podendo ser nutridas, desenvolvidas e ampliadas.

Cátia Santos / Psicóloga e Psicoterapeuta

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Sobre o Autor

Cátia Santos

Licenciada em psicologia pelo ISLA de Leiria e com pós-graduação em Consulta Psicológica e Psicoterapia. Membro efetivo da Ordem dos Psicólogos.